CARREGANDO

Digite sua busca

Você desenvolveu uma “bondade” adoecida?

Compartilhar

“Nessa medida existencial ensinada por Jesus cabe a resposta-proposta certa para cada situação da vida, isso se se tem em mente o bem, e não os estereótipos de “bondade”.

BOM! BONZINHO NUNCA!

Outro dia alguém me perguntou qual é o limite, a referencia “basta”, para o mandamento de fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam.

Sim, porque fazer incansavelmente à mesma pessoa o bem que gostaríamos de receber dela, e receber de volta apenas e tão somente o oposto, pode fazer com que o outro (o que recebe apenas o bem) se vicie no fato que de nossa parte só vem a mansidão; e, assim, se torne adoecidamente mimado, abusivo, injusto, e até perverso.

Nesse caso, aquele que continua infinitamente a tratar a pessoa daquele modo como gostaria de ser tratado, pode, inconscientemente, desenvolver a doença da bondade, que é a manifestação de uma bondade que não sabe fazer o bem, mas apenas a “bondade”, a qual, sendo recebida por um ser abusivo, pode receber dele a reação que a pouco descrevi; e, naquele que é o ser da bondade, desenvolver uma “bondade adoecida”, posto que se torna co-dependente do outro-abusivo, e insiste em si mesma como “bondade”, apenas porque já não sabe viver sem ser sob o abuso.

Nesse caso, o que se deveria de melhor desejar a nós mesmos é que qualquer um que nos visse nesse estado de prática de abusividade contra o próximo, nos confrontasse, e nos acordasse para o fato que quem vive assim é doente e se torna perverso.

Por isso, eu também esperaria que tal pessoa me tratasse com a necessária energia, pois, não desejo ficar doente de alma.

De fato, por onde quer que você olhe para esse mandamento do amor ordenado por Jesus, fica claro que ele não incita aos romantismos da bondade adoecida. Ao contrário, ele nos manda pensar o que seria o bem, e não o que seria “gostoso”.

Portanto, ele nos põe na vereda da propriedade e da pertinência em todas as coisas.

Nessa medida existencial ensinada por Jesus cabe o resposta-proposta certa para cada situação da vida, isso se se tem em mente o bem, e não os estereótipos de “bondade”. (Leia um assunto relacionado aqui)

Se alguém, por exemplo, trás essa questão para a dimensão conjugal, é inevitável deixar de pensar que os homens que traem suas esposas deveriam imaginar e se colocar na posição de quem vê a sua mulher sendo “devorada e traçada” pelo patrão ou por um colega de trabalho, isso a fim de saber se querem ser tratados conforme estão tratando as suas esposas.

Não é preciso haver moralismos de nenhuma natureza quando se tem essa medida do mandamento do amor ensinado por Jesus. Literalmente ele trás à existência tudo o que é bem e bom, e com toda a propriedade e pertinência; pois, sua aplicabilidade é ilimitada.

Esse mandamento de Jesus não gera seres tristemente bonzinhos, mas seres humanos fortemente bons.

Na realidade é para essa “uma só coisa” que Jesus faz o Evangelho inteiro se fazer condensar. Daí procedem todos os caminhos da vida, e nada que não nasça aí é realizador do bem em sua total propriedade.

Quem alcança tal disposição mental em todos os níveis da vida, sendo capaz de ver tudo, o tempo todo, com tais olhos, esse chegou na estatura do varão perfeito.

Essa deveria ser uma ambição de entendimento que todos nós deveríamos buscar. Afinal, fora de tal modo de ver a todas as coisas, o que sobra é apenas a militância nas leis do ódio e da vingança; ou então, cria a “bondade ineficaz”, e que gera seres passivamente bonzinhos, e que nada produzem de mudança em si mesmos e no mundo.

A Humanidade que o diga!

Caio

………..

Leitura complementar:

A DIFERENÇA ENTRE AMAR E GOSTAR.

Às vezes a gente ama e gosta.

Outras vezes a gente ama, mas não gosta.

Mas o chamado de Jesus é para amar até quem não se gosta.

Não dá para ser saudável e gostar do inimigo, do perseguidor, do falsificador da vida.

Todavia, é possível amá-lo.

Esta é a aparente contradição de Jesus.

Sim, Ele amava a todos, mas não gostava de um monte de coisas; e, de certo modo, de um monte de gente. Mas amava. E ensinou que é possível e necessário amar, mesmo quando se aborrece alguém.

Às vezes se aborrece algo… Então é fácil separar as coisas. Mas outras vezes a coisa e pessoa se fundiram de tal modo que não dá para separar. Entretanto, mesmo assim, é possível amar; pois amor, nesse nível, não demanda sentimento, mas tão somente CONSCIÊNCIA.

Amar o adversário, o inimigo, o falsificador de Deus — acontece assim, nessa dialética que só cabe no amor segundo Jesus.

A ira de Jesus é cheia de amor desgostoso e ferino como uma espada de dois gumes!

Não amar quando não se gosta, não nos é permitido!

Até o abomináveis precisam ser amados com oração!

No entanto, isso não significa ódio.

Apenas quem não conheceu ainda o Evangelho é que pensa que não gostar implica em não amar.

O amor por quem não se gosta não carrega nenhum prazer, e, por vezes, vem cheio de enfrentamento e denuncia, como se vê nas práticas de Jesus!

Ai de vós fariseus” [Mt 23] – é uma fala de um amor desgostado, mas é amor!

Para os religiosos, todavia, amar implica em acordo ou em silêncio obsequioso, mesmo quando se desgosta de tudo.

Em Jesus, no entanto, não é assim….

Porém, ninguém entenderá isso sem que antes fique cheio do Espírito de Cristo!

Minha recomendação é uma só:

Leia os evangelhos de carreirinha e você entenderá. Lendo “fragmentos” você nunca entenderá o que Jesus não ensinou para ser fragmentado ou selecionado.

Quem me dera um dia você entendesse isso!

Até lá, eu digo com todo amor desgostado:

SOFREREI A SUA ESTUPIDEZ COM TODO AMOR E PACIÊNCIA!

Nele, que nunca não amou; e que nunca por amar deixou de dizer a verdade como as circunstâncias pediam; ora com denuncia explicita, ora com ironia ou sarcasmo, ora com o grito do inferno ungido pelo clamor do reino de Deus,

Caio

7/2/2013

Jerusalém.

 

No Divã de Deus

No curso online No Divã de Deus, o Rev. Caio Fábio expõe Salmos para tratar os conflitos psicológicos comuns a todos nós.

Tags:

Você também pode gostar

Deixe um comentário

Seu email não será divulgado. Campos obrigatórios são marcados com *