Quando eu conheci a Graça de Deus em Cristo, aos dezoito anos e meio de idade, havia no ar a certeza de que a volta de Jesus estava próxima.
A Guerra Fria criara um clima apocalíptico e os profetas americanos, vendedores de livros evangélicos, escreveram uma batelada de best-sellers que foram consumidos em todo o mundo cristão, de tal modo que a igreja trazia uma certa ebulição acerca do tema. Infantil era a especulação que os tais livros faziam, sempre tentando associar a volta de Jesus à posição política dos americanos. Se Jesus voltasse conforme aqueles livros, traria uma bandeira americana na cinta e um manto com a bandeira de Israel nos ombros.
Até mesmo as “heresias” da época envolviam a questão, fossem os adventistas apocalípiticos de um lado ou, do lado oposto, os liberais, que não criam em nenhuma volta corpórea de Jesus à Terra.
Então veio a Teologia da Prosperidade e matou completamente a esperança na volta do Senhor.
É claro. Quem, que pense que o reino de Deus é deste mundo, que creia que pode começar a reinar econômica e politicamente ainda nesta vida sendo ajudado de um modo especial por Deus, e que deseje que todos os Seus filhos sejam mais ricos e fortes que os demais homens, haverá de desejar ardentemente a volta do Senhor?
Até porque, mesmo que inconscientemente, algo diz, mesmo ao mais alienado deles, que não é assim que as coisas são para Deus!
Então, eles não gostariam de se encontrar com o Senhor “agora”, pois sabem que não seria boa a conta que lhe prestariam.
A “igreja” está completamente desinteressada na volta do Senhor — afinal, ainda há tanto a conquistar para a “igreja” neste mundo!
Ao contrário dela, o mundo parece estar vendo e sentindo que algo vai acontecer.
Não falo de uma catástrofe, mas da história como catástrofe.
A maioria das pessoas minimamente sensatas já percebeu que a humanidade é o Apocalipse.
A História é o Apocalipse.
E nas circunstâncias atuais, com todas as desordens de natureza ecológica que estão acontecendo no Planeta, a própria sensatez diz que estamos criando um apocalipse.
Todo mundo pensava antes que Deus enviaria as pragas e que o Apocalipse era obra da malvadeza dos anjos, derramando taças, tocando trombetas evocativas de desgraças ou gritando “Ais” de agonia sobre a humanidade.
Hoje já se sabe que não é assim.
Os homens é que estão fazendo cada uma daquelas coisas, e alterando a natureza de tal modo que o Apocalipse é natural.
Os anjos do Apocalipse estão apenas nos dizendo com antecedência aquilo que nós mesmos faremos à humanidade e ao planeta Terra.
Os ecologistas param a viagem aqui. Na melhor das hipóteses, eles partem para o protesto.
Os cristãos deveriam lutar com todas as forças contra essa alteração na essência das coisas, pois assim os poderes dos céus serão abalados… contra os homens.
A luta cristã tem que ser verdadeira e esperançosa. Pois se ganharmos a parada, ganha a vida, e os homens aprendem. Se não ganharmos a parada, ganharemos, todavia, a via das vias, pois os céus se abrirão com estrepitoso estrondo, e todos verão o Filho do Homem sobre as nuvens dos céus.
É por isso que em Mateus 24 Jesus conta como o mundo vai acabar. E no capítulo seguinte Ele diz que a gente tem que atacar com telhado, pão, copo d’água, cobertor, abrigo, amizade, solidariedade e amor, a fim de que o mundo não acabe.
Essa é a tensão sadia.
Afinal, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos; quer pois vivamos ou morramos, nós somos do Senhor!
Caio
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Leitura complementar:
SAÚDE NA ESPERANÇA DA VOLTA DE JESUS!
A grande dificuldade no andar equilibrado segundo o Evangelho, está na equação escatológico + histórico/continuo…
Ou seja:
O segredo existencial é viver na expectativa escatológica, mas com o olhar prospectivo do ponto de vista do que se possa fazer para adiar a profecia como calamidade humana geral.
Depois de falar sobre o Fim dos Tempos, Jesus contou parábolas.
Em Mateus 24/25 vemos que a ênfase Dele recai sobre parábolas com advertência para que se vigie; mantendo a fé e a esperança acesos; dando a vida aos melhores potenciais e causas do bem; fazendo o bem a todos como quem faz a Jesus necessitado; sabendo que no fim o que vale é ser achado fazendo todo o bem que Jesus fez na terra, entre os homens; praticando todas as coisas que detêm o mal e a iniqüidade; abraçando todas as causas do amor e da misericórdia; amando e aplaudindo a justiça; e, mesmo sabendo que a humanidade não quererá…, tratando tudo como quem tenta salvar de um navio afundando todas as vidas que sejam alcançáveis.
Entretanto, existe também a advertência feita quanto à possibilidade de que o servo se acostume à espera, que ache que seu Senhor demora, e, assim, perdendo a esperança, faça do que antes era cuidado pelos outros, um grande negócio; ou que se sirva dele para abusar e enriquecer; ou que trate os homens com desumanidade; ou que passe a entregar-se à embriaguez dos tempos, deixando-se levar pela frieza e pelo desamor; e, assim, torne-se mau enquanto diz cuidar das coisas do seu Senhor.
Assim, escatologicamente, o Evangelho me chama para manter a esperança viva em amor e fé; enquanto também me convida a otimizar minha existência e dons no mundo; crescendo no espírito e manifestando isto na vida e no encontro com o próximo; e me ordena a tratar a todo carente de corpo, alma e espírito como se todos fossem Jesuses caídos no caminho; enquanto me engajo em todas as causas do bem possível na Terra.
Ou seja:
O servo mau é o que desiste da alegria na espera; ou o que apaga a luz interior…; ou o que se acovarda e esconde o bem recebido; ou o que não vê Jesus no chão do mundo…; ou o que entrega-se ao torpor dos tempos, perdendo o amor, e, assim, sentindo-se gerente das coisas de Deus no mundo, passa a maltratar os homens com o seu desevangelho… Assim se forma o servo mau…
Já o servo bom e fiel é o oposto disso. Ele vigia e anda de olhos bem abertos; conserva a alegria da esperança do Encontro com o Noivo; multiplica seus dons e potenciais em serviço ao mundo e em desenvolvimento no espírito e na consciência do Evangelho; trata aqueles que lhe foram confiados com todo amor e reverencia; e, além disso, é capaz de ver Jesus em toda carência ou necessidade humana.
Esta é a equação do existir segundo o Evangelho!…
Quem quer que ache que possa haver outra equação existencial, saiba: como as virgens insensatas ficará sem óleo; como aquele que escondeu o dom da Graça por atribuir maldades a Deus, ficará de fora; como aquele que abusou dos irmãos, será lançado com os malfeitores; como aquele que apenas reconhecia Jesus em ícones e símbolos e não em gente, será ajuntado aos bodes da história…
Assim é a equação existencial do Evangelho!…
Se você crer e viver assim, andará seguro e útil; se não crer e assim não viver, já se perdeu, mesmo que seja gerente do que se considere pelos homens “os maiores interesses de Deus na Terra”.
É assim que é.
É pegar ou largar…
O que se não pode é fingir que seja diferente!…
Nele, que assim disse que seria, e, portanto, disse que tem que ser assim, para o nosso bem e não para o nosso mal,
Caio
28 de maio de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
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Leitura complementar:
VOCÊ QUER SABER O QUE EU SEI SOBRE A VOLTA DE JESUS?
Quer saber o que vai acontecer no futuro?
Ora, eu lhe digo…:
Acontecerá o que Jesus disse que sobrevirá ao mundo, e, hoje, ninguém que saiba o que está acontecendo tanto no mundo [categoria humana] como na Terra [categoria cósmica] tem qualquer dúvida quanto ao fato de que o que vem, virá.
Mas… a ordem de eventos, o que é a Grande Tribulação, quem é o Homem da Iniqüidade, quando será o arrebatamento dos discípulos do amor e da fé, o que são os Mil anos de reino dos santos, quando e como acontecerá; ou, ainda: quando o Senhor virá; e quando Israel segundo a carne se converterá; ou qual é o significado da vinda da Nova Jerusalém à Terra — isso, quem disser que sabe, ou que na Bíblia encontre uma ordem natural para todas essas coisas, está mentindo, ou, na melhor das hipóteses, é ignorante e nada sabe.
Quem sabe algo de tais coisas, sabe antes de tudo que nada sabe além do fato que tudo o que Jesus disse que acontecerá, acontecerá, mas ninguém pode dizer a ordem!
Aliás, como o justo vive apenas pela fé, não poderia ser diferente!
Portanto, quem desejar saber, saiba apenas o que há para saber, mas não busque bruxificar a revelação criando “ordens” de eventos que propositalmente foram deixados “abertos”.
Ninguém sério com as Escrituras haverá de dizer “quando” e nem tampouco em que “seqüência” as coisas se desenrolarão.
O que fica é vigilância em todo o tempo; e, sobretudo, a decisão de não se esfriar no amor; pois, a tal era glacial já está presente no mundo!
Quem quer saber mais… —… esse não quer apenas vigiar!
Esta é a Era das Virgens néscias e das sábias!
As néscias querem saber quando. As sábias apenas aguardam com azeite… alimentando o fogo do amor.
Nele,
Caio
29 de outubro de 2008.
Lago Norte
Brasília
DF