Gratidão é a última “conquista” do ser…nos mergulhar nesse estado de reconhecimento feliz de que todas as coisas de fato cooperam para o nosso bem…sem porquês e sem praquês… A gratidão faz tudo fazer sentido, até quando tudo parece absurdo!
Daí pra frente o mundo começa a se desproblematizar para gente. E tudo nele, no mundo, é simplificado para nós—até a morte—, pois a gratidão é a sabedoria feita doçura, não como compreensão, mas como entendimento.
Compreensão acontece na mente. Mas o Entendimento é visão do espírito, e sabe existir em paradoxo, visto ser possível alcançar entendimento espiritual daquilo que a mente não tem como compreender, a fim de poder explicar…
Mas a gratidão sabe explicar tudo o que não compreende, e a tudo entende como bom e bem, mesmo quando sabe só isto para si mesmo; ou ainda quando sabe em silêncio, doce silêncio, cheio de vozes felizes do coração, que celebram a bondade de Deus…entendendo até o que não se pode compreender, aceitando aquilo para o que não houve explicação que satisfaça a compreensão, discernindo aquilo que não está ao alcance dos sentidos, e se satisfazendo com todas as obras de Deus.
A gratidão é a maior invasão da eternidade no Tempo.
A gratidão é a resposta do coração, cheio de Graça, aos fatos e percepções do ser. A gratidão é a única força com poder de manter nosso olhar incontaminado pelas amarguras deste mundo. Graças a Deus pelo dom inefável em Quem Tudo se faz ações de graças.
Caio
Julho de 2004
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MEMÓRIA E GRATIDÃO: você tem?…
A memória cerebral nada tem a ver com as memórias do coração!
Uma pessoa pode ficar com amnésia e nunca esquecer a gratidão. Ao passo que uma outra pessoa pode ter memória de tudo, mas não ter nenhuma gratidão como memória.
Memória cerebral é a capacidade de estocar lembranças e informações.
Memória como gratidão, no entanto, pode até não lembrar dos fatos, mas nunca esquece o benefício.
Para Deus não interessa se você é um historiador e que se lembre de tudo, tendo todas as coisas guardadas como recordação que sirva aos seus interesses de memória deliberadamente seletiva.
O que interessa a Deus, segundo Jesus, é se você volta para agradecer!
Dez eram os leprosos. Nenhum deles esqueceu que Jesus é quem os curara, mas apenas um voltou para agradecer!
A memória cerebral lembra os fatos. A memória grata age conforme os fatos da Graça e os reconhece sempre.
Portanto, se você não esquece nada, mas não é grato, grande é a sua culpa.
Ingratidão é pior do que macumba, pois, é a alma sob o domínio da indiferença e da falta de reconhecimento, o que faz dela a sua própria macumba e maldição.
Veja que pela ingratidão você não se torne indesculpável.
Pense nisto!
Caio
1 de janeiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
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DEUS, QUE DAREI A TI?
Salmo 116
“Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?” — pergunta o salmista, em dias antigos, antes de se haver explicitado qualquer coisa que fosse base de doutrina acerca da Graça. Aliás, quando a Graça vira doutrina perde completamente a graça de ser Graça.
“Tomarei o cálice da salvação!” — responde ele a si mesmo, e a todos quantos como ele estejam gratos a Deus por Seus benefícios a nós concedidos todas as manhãs.
Ele está grato. Reconhece que o que lhe vem é dádiva, é bondade, é benção; ou seja: é bem-ofício; é oficio do bem; é bem em efetividade; é bem sendo executado em nosso favor: benefício.
Sim! É o Ofício de Deus ser bom.
Entretanto, como a gratidão sempre gera resposta, o salmista pergunta: “Que darei por tanto que recebo de Deus?”.
Ora, se esperaria que ele entrasse no inevitável esquema da barganha-grata; que é aquele que não faz promessa para… — alcançar nada; pois já lhe foi dado; já lhe está presente… Mas, ainda assim, a alma sempre quer restituir, mesmo que seja a Deus, como é natural.
Desejar dar quando se está grato é saudável e natural. Entretanto, muitas vezes, pela ignorância, é justamente neste ponto que a gratidão [resposta grata à ação de Deus em nosso favor] pode se tornar o que ela não é; ou seja: justiça-própria; ainda que justiça grata, e que diz: Deus é tão bom para mim que serei completamente bom por causa Dele.
Todavia, surpreendentemente, o homem do salmo não cai nessa doce armadilha!
Sua alma foi iluminada, e, ao perguntar a si mesma, não hesita acerca do que pode dar a Deus. “O que darei?” Então ele mesmo responde: “Tomarei o cálice da salvação!”.
Sim! Porque quem quer que a Deus deseje dar algo, só terá como fazê-lo se receber de Deus aquilo que seria a dádiva de Deus ao homem.
Ou seja: só tem para dar a Deus a resposta que recebe mais de Deus!
O que Deus quer dos gratos é que pela gratidão recebam mais da Graça de Deus; ou seja: que bebem o cálice da Graça.
Quem quer agradar a Deus logo aprende que a única maneira é não resistindo a Graça; e, assim, dando a Deus apenas a boca aberta e o coração ávido por beber mais de Deus!
O que tenho para dar a Deus por tanta Graça recebida?
Receberei mais Graça ainda como expressão de gratidão.
Assim, os que são gratos a Deus não fazem sacrifícios meritórios, mas apenas aceitam mais da Deus de Graça.
Deus derrama a Sua Graça sobre mim, e meu coração fica grato, e, assim, desejo dar algo a Deus, mas, no processo, realizo que só tenho a dar a Deus a disposição de beber e sorver o cálice da salvação gratuita até o fim.
A resposta da gratidão é se dar cada vez mais à Graça!
Bem-aventurados os que entendem assim; e assim procedem em fé!
Nele, que renova a nossa gratidão com mais e mais Graça todos os dias; assim deixando-nos prenhos da gratidão que bebe mais Graça ainda,
Caio
21/08/07
Manaus
AM
Excelente!